Faz um tempo que eu não escrevo aqui para o blog. Acabei ficando um pouco sem ideias e ocupado com algumas coisas da faculdade, depois posso atualizar melhor por aqui. Bem, estou mais em uma noite de insônia, são duas horas da manhã de um domingo, o que provavelmente significa que quando eu finalmente dormir terei um sonho bizarro. Já que demorarei para dormir, vou contar aqui algum dos sonhos e paralisias que passei nesses últimos anos.
Tenho muito problema com sono desde que eu me conheço por gente. Quando criança, tinha dificuldade de dormir, ficava muito animado, ou pensando em milhares de coisas, que deixavam minha mente muito agitada. Hoje em dia, ainda permaneço com boa parte desses problemas e, desde que eu passei a morar sozinho, diria que situação até piorou.
Na adolescência, além dos problemas de insônia, vieram as paralisias. Eu não lembro de tê-las na infância. A primeira que passei foi aquela bem clássica: eu estava no meu quarto e eu vi um vulto preto humanoide me encarando do lado da minha cama. Não conseguia me mexer e fiquei desesperado olhando aquela coisa. Até que, eu consegui mover minha perna e fazer movimento de “chute” e aquela coisa sumiu.
Outra vez, eu estava dormindo (mal) e “acordei”. Permaneci de olhos fechados e comecei a escutar uma voz feminina muito realista vinda do meu quarto. Detalhe que eu não lembro de nenhum som dos meus sonhos, mas esse foi bem marcante. A voz ficava falando frases gramaticalmente corretas mas sem nenhum sentido. Eu não me sentia incomodado, eu estava apenas escutando aquelas frases e para mim estava “tudo bem”. Uma delas foi:
Depois olha lá a reportagem, você vai gostar.
Eu lembro dessa porque ela foi repetida várias vezes. Até que, finalmente percebi que tinha alguma coisa estranha de uma voz feminina no meu quarto, considerando que eu estava dormindo sozinho e de porta trancada. Foi aí que me desesperei. Lembra que eu estava de olhos fechados? Pois é, eu não conseguia abrir meus olhos. Eu estava paralisado, escutando aquela voz. Nesse desespero, ela começou a declamar um poema, ou pelo menos parecia um. Eu lembro que, na hora que eu consegui abrir os olhos, eu escutei esse último verso:
Difícil você ver, difícil você sentir.
Foi muito bizarro. Eu não consegui mais dormir, acordei umas três horas da manhã e fiquei esperando o sol nascer. Até hoje, nunca mais sonhei ou tive experiência com uma voz tão real em um sonho/paralisia. Particularmente, não acredito em sobrenatural, então eu levei apenas como uma alucinação/paralisia causada por uma má noite de sono, embora eu ainda me arrepie um pouco.
Recentemente, tive mais uma paralisia do sono. Ela foi mais uma convencional: eu estava deitado com a barriga para baixo na cama, e “acordei”. Nessa hora, senti um peso muito grande sobre as minhas costas, era como se uma pessoa estivesse se apoiando em cima de mim. Fiquei paralisado novamente, mas não tive tanto desespero, apenas desconforto. Isso durou muito tempo, até que consegui me levantar da cama.
Agora, sobre sonhos mesmo. Meus sonhos geralmente são bem surreais e também caem no vale da estranheza. Eles reúnem muito dos elementos do meu cotidiano, mas com pequenas alterações que geram muito desconforto, ou os elementos estão totalmente fora de lugar.
Já tive um que eu estava na casa da minha avó, mas todos os móveis estavam fora do lugar, além de que os cômodos da casa não se ligavam do jeito tradicional. Era como se eu me teletransportasse entre eles. Apareciam várias pessoas do meu cotidiano, principalmente amigos lá, mas totalmente desconexos. Do nada, eu era teletransportado para dentro de um ônibus, com essas mesmas pessoas, e ficava no andar de cima do ônibus. Eu começava a escutar um barulho muito irritante e conversas totalmente sem sentido, novamente, frases gramaticalmente corretas mas sem nenhuma coesão ou coerência. Até que eu desci numa rodoviária num lugar vazio. E eu ficava lá desesperado sem saber para onde eu iria.
Mais uma da conta de que eu não sei se foi sono ou paralisia. Eu estava dormindo com a barriga para baixo mais uma vez e eu tentava abrir os olhos. Quando eu abria os olhos, eu não estava no meu quarto, eu estava vendo uma rua estreita, em que havia dois muros de pedra nos lados opostos da rua, sendo uma rua fechada. Minha cabeça doía muito, e eu não consegui ficar muito tempo olhando isso. Eu fechei meus olhos, e quando abri de novo estava na minha cama, com minha cabeça ainda doendo muito.
Resumindo, não tenho muitas boas experiências com sonhos. Mesmos os mais tranquilos ainda evocam uma estranheza muito grande em mim e me deixam desconfortável quando eu acordo, muitas vezes eu tento evitar pensar sobre aquilo. Ainda assim, eu registro a maioria desses sonhos, para eu poder ter um controle e tentar entender um pouco mais sobre mim.
Última modificação em 2025-09-21